A consciência català na Catalunya Nord luita dia a dia contra este jacobinismo arrasador, centralista e reacionário.

Analise da realidade e a história política e social da Catalunya Nord, fazendo umha leitura conjunta com a situaçom do contexto galego

 

Na primeira fim de semana de Novembro foi a Diada da Catalunya Nord, o día 7, fazendo-se as mobilizaçons da esquerra independentista o día anterior, o sábado 6.

Alá fumos nós, movidas polo nosso internacionalismo e a vontade de conhecer um pouco mais o nosso país de acolhida. Num princípio estavam projetados dous autocarros dende o Principat, mais finalmente só saíu um dende Barcelona.

Chegamos por volta das 12.30h a Perpinyà, com tempo para visitar um pouco a cidade, já que a manifestaçom era às 16h. Perpinyà é umha cidade de 120.000 habitantes, capital histórica da Catalunya Nord, antiga capital do Comtat del Roselló, do Regne de Mallorca e da comarca do Roselló.

O termo Catalunya Nord foi criado na década do 1930, por parte de Alfons Miàs e Llorenç Planes. As súas comarcas históricas som o Roselló, o Conflent, o Vallespir, o Capcir, a Alta Cerdanya e a comarca de Fenolleda/Fenolheda, sendo esta de tradiçom e lingua occitana, estando numha situaçom semelhante à do Val d’Aran. Juntam entre as 6 comarcas, 228 concelhos cumha povoaçom de 475.000 habitantes e 4116 qm2 de extenssom. A dia d’hoje, estas comarcas formam parte do departamento francés Pyrénées-Orientales que se engloba dentro da regiom d’Occitània.

O lema da convocatória, “Esborrem el Tractat dels Pirineus”, facía referência ao acordo feito no 7 de Novembro de 1659 entre o Reino da França e o Reino da Espanha, onde o território da Catalunya Nord fica separado da súa história comum có Principat, para passar a estar baixo dominaçom francessa, estabelecéndo-se umha fronteira que até o momento fora mais ou menos respeitada dende o Tractat de Corbeil do 1258, firmado entre Louis IX de França e Jaume I El Conqueridor.

O Tractat dels Pirineus foi o resultado da derrota català, na denominada Guerra dels Segadors, começada no 1640, coa tentativa por parte da Generalitat de Catalunya de independendizarse do Reino da Espanha, a qual remataria perdendo, ficando os cataláns do norte ocupados polos franceses e os do sul polos castelhanos.

Dende entom, a auto-determinaçom era algo que, permitímdose-me o anacronismo, estava muito longe de conquerir a Catalunya Nord. No próprio ano de 1700, Louis XIV continua a impossiçom do francês na relaçom com a administraçom começada dous séculos antes por François I de França, proibindo de facto a redaçom da documentaçom em català e a obrigatoriedade do francês para qualquer cárrego administrativo.

Após a Revoluçom Francesa, a situaçom iría a pior, ao igual que para resto de povos baixo dominaçom francesa, ao ganhar o bando jacobino, inexorável e abnegado no seu centralismo; coma mostra a seguinte cita de Barreré, quem no 1794 dizia num informe enviado ao comitê de Salut Public sob as linguas: » O Federalismo e a superstiçom falam bretom, a inmigraçom e o ódio à República falam alemám; a contra-revoluçom fala italiano, e o fanatismo fala basco. Destruamos esses instrumentos de desgraça e erro

Assim mesmo, no plano político a dissoluçom das instituiçons próprias, coma a Generalitat de Perpinyà, e a criaçom no 1790 do departamento dos Pyrenées Orientals, remata por separar de jeito definitivo as vidas dos catalans do norte e do sul, feito que continuará na Idade Contemporânea, com a falta de entendimento e a disparidade nas vivências, sofrendo os do Norte a dureza da Grande Guerra (1GM), e os do Sul a Guerra Civil, com o posterior exílio de muitos deles ao território dos seus vizinhos setentrionais.

Outro dos feitos dramáticos mais recentes foi o profundo câmbio na populaçom, que se duplicou em médio século, contando na década do 1950 com 230.000 habitantes, e também o decaimento no uso da língua, que tocou como ponto d’inflexom negativo a IIGM, onde após esta rematou por quebrar-se de jeito maioritário a transmissom intergeracional do català dos pais às crianças.

Feita esta pequena introduçom da história da Catalunya Nord, continuarei com as reflexons e a experiência da Diada. Esta, vêm-se realizando dende o ano 1984, organizada polo Col·lectiu 7 de Novembre, em conjunto com outras organizaçons presentes na Catalunya Nord. A assistência à convocatória leva aumentando nestes últimos anos, em grande parte devido aos acontecimentos na Catalunya Sud, com grande afluência destes na mobilizaçom (600 manifestantes no 2016 e 10.000 no 2018).

A convocatória deste ano em concreto, saíu quase em exclusive da esquerra independentista do Principat, có lema Per guanyar la llibertat! Països Catalans, Catalunya Nord; convocando Alerta Solidària, Arran, Intersindical-COS, CUP, Endavant-OSAN e o SEPC. Em poucas verbas, a continuaçom organizativa do nosso homónimo MLNG (Movimento de Liberaçom Nacional Galego), o MDT català (Moviment de Defesa de la Terra).

O feito de que o resto do independentismo catalám tivera na Diada um menor peso, e nom convocara apenas atos, fála-nos um pouco das diferenças ideológico-estratégicas que se apresentam entre os diferentes independentismos catalans, o oficialista de corte burguês, representado pola velha CiU e agora JuntsxCat, o possibilista de ERC, e o herdeiro e continuador do MDT. O que podemos substraer disto é que o único independentismo que a día d’hoje segue acreditando e luitando pola idéia dos Països Catalans é o independentismo de classe e revolucionário, os continuadores do MDT e de jeito mais circunstancial ERC.

Até às 16h puidemos passear por Perpinyà, conhecer um pouco mais a cidade. Se bem a planificaçom, a realidade nova e os edifícios da cidade som copiados do modelo racionalista francês, e nos evidenciam que estamos num território baixo dominaçom francesa, a pegada català continúa sendo evidente, em especial nos monumentos coma o Palau dels Reis de Majorca, e coa legenda que de cara ao turismo se utiliza para a cidade, Perpinyà a català.

No plano político e social, a cidade é governada pola formaçom d’estrema-direita RN de Marine Le Pen, sendo o batlle Louis Aliot, antigo companheiro da política francesa. Esta é a cidade mais grande onde governa o antes conhecido coma Front National, quem pretende exportar o seu modelo ao resto da França. Assim mesmo, Perpinyà é umha das cidades mais pobres e com mais paro do Estado, e conta também ao igual que no conjunto do Estado Francês cumha importante povoaçom migrante, da qual se aproveitou o Rassamblement National para ganhar votos na campanha. Assim mesmo, dende a câmara municipal vai-se desenvolvendo umha campanha de ataque e de anti-catalanismo, como se puido comprovar no feito de que se denegou o despregamento da estelada dende o Castellet, acçom emblemática da Diada da Catalunya Nord, e que por segunda vês dende o 2004 foi proibido, sem valer-lhes de muito às autoridades já que se despregou num edifício próximo da Praça e se projeitou também no próprio Castellet.

A consciência català na Catalunya Nord, luita dia a dia contra este jacobinismo arrasador, centralista e reaccionário, que eu me atreveria a qualificar de etnocida, e que asulaga as identidades dos povos do Estado Francês por médio do folklorismo, có intento constante de ridiculizar e de manter atado qualquer síntoma de surgimento da consciência nacional, permitindo umha inofensiva diferenciaçom culturalista e de identidade dual «regional-francesa». No meu entender, um Movimento de Liberaçom Nacional na França, têm muito mais mérito, e vai de partida cumha muito pior situaçom, que quase qualquer outro na Europa Occidental.

Para exemplo disto, os feitos relacionados coa Lei Molac. Esta lei, promulgada polo bretoned e brezhoneg-falante Paul Molac, deputado da UDB, fora ratificada na ANF por 247-76 votos, lei que avançava um pouco na defesa das línguas «regionais»(Breizh, Ipar Euskal Herria, Occitània, Catalunya Nord, Corsica, Elsass Mosel). Vários deputados da organizaçom de Macron, entre outros, elevaram um recurso da lei ante o TC de París, rematando por ser declarada inconstitucional polo dito Tribunal, defendendo que a única língua da República era o francês, e que a imersom linguística que esta lei formulava podia atentar contra os alunos e contra o francês em geral.

Dos 12 milhons d’estudantes franceses, 170.000 recevem aulas nas línguas «regionais», feito este que já de por sim desmonta qualquer ataque à suposta imersom malvada anti-francês. Sumado a isto, também tenhem existido nos últimos tempos polémicas com respeito à língua, ao pretender o Estado Francês negar a vários pais e mais ponher nomens próprios em línguas distintas ao francês às suas crianças, esgrimindo feitos coma a inexistência de determinadas grafias no francês que invalidariam a sua inclussom no registro (Martí ou Fañch som alguns exemplos).

No que respeita à Catalunya Nord, a aplicaçom desta lei sería muito beneficiosa, já que é o território dos Països Catalans cós piores dados de catalanoparlants, onde só som habituais 6198 pessoas, o 1’3% da povoaçom, percentagem que aumenta até o 5’7% se sumamos aos bilingües habituais (dados do 2015).

Com tudo, o català conta dende o 2007 cum certo reconhecimento institucional, ao declarar-se por parte do Consell General dels Pireneus Orientals como oficial a língua català, junto com o francês. Caminhando por Perpinyà puidémo-lo apreciar por nós mesmas, já que a rotulaçom da cidade estava também em català. Assim mesmo, há dous organismos vitais na promoçom e difussom do català na Catalunya Nord, como som a Bressola e Ràdio Arrels.

Começando neste caso pola segunda, Ràdio Arrels nasceu no 1981 em Perpinyà, como único meio de comunicaçom íntegro em català na Catalunya Nord. No seu 40º aniversário, conta cumha media de 55000 ouvintes à semana, e a súa popularidade nom fai mais que medrar, já que dende o Abril deste ano, levam retransmitindo os partidos de rugbi dos Dracs Catalans e da USAP, equipas que som o orgulho do país, ajudando à expanssom dum sentimento de pertença català, evidenciando a potencialidade do desporto coma motor nacionalizador. Isto levou à que, ligado com o sucesso desportivo, fora reproduzido, no contexto dumha final de rugbi europeia, Els Segadors em Wembley.

Polo que respecta ao primeiro dos organismos, à Bressola, tráta-se dumha associaçom cultural criada em Perpinyà no 1976, que promove umha rede d’escolas associativas que praticam a inmersom lingüistica em català, no território da Catalunya Nord, e que forma parte da confederaçom d’escolas bilingües na França Eskolim (Calandreta-Occitània, Diwan-Breizh, Seaska-Ipar Euskal Herria, ABCM Zweisprachigkeit-Elsass Mosel).

A dia d’hoje, no curso 21-22, contam com 1050 alunos, concentrados em 7 escolas e 1 colégio, partilhados por 5 concelhos do país. Contam cumha associaçom de Amics de la Bressola, pessoas, organizaçons ou instituiçons que apoiam à Bressola, sendo muito importante o apoio dos outros territórios dos Països Catalans.

Recentemente, contaram com o apoio do primeiro ministro Jean Castex, quem dixo que a inmersom linguistica nom afeitava em absoluto nem ía na contra do francês, é mais, obtínham-se ums altos níveis de competência nas dúas línguas.

Voltando ao relato da jornada da Diada, por volta das 16h começava a manifestaçom da Diada, sendo maioria a pressença sul-català, do Principat, quem começou dinamizando a mesma, fazéndo-se algum castell ao começo. A medida que ía movéndo-se a manife, ao longo de Perpinyà, puidemos topar-nos com companheiras próprias da Catalunya Nord, pessoas que deviam andar entre os 25-40 anos, e que sem dúvida eram nenas da Bressola, antigas alunas que foram animando o grosso da manifestaçom, com lemas coma “Perpinyà Antifeixista”, ou «No volem ser una regió de França, no volem ser un país ocupat, volem volem volem, volem la independència, volem volem volem, Països Catalans«.

Isto evidência a importância dumha escola como a Bressola, à hora de atuar como agente nacionalizador e à hora de criar pequenas sementes que com o tempo farám da língua e da súa terra a força central da súa militância e activismo. Rematando no Castell, a manife demonstrou que a Catalunya Nord está em pé, que o etnocídio jacobino francês ainda nom puido cós povos, e que ainda fica muita batalha por dar e muita resistência que oferecer, para poder ser, de forma livre e sem pressons, o que os catalans do Nord som, catalans, nem mais nem menos.

Remato já este longo artigo, cumha pequena reflexom pessoal: sendo consciente de que os ritmos, os processos, nom som comparáveis, e que o contexto tampouco é o mesmo, considero que o exemplo da Catalunya Nord é um bom espelho onde poder mirar-nos, tendo em conta qual é a situaçom histórica na que se atopa a Galiza e a Galiza Estremeira, provavelmente num dos melhores momentos dos últimos tempos, à hora de estabelecer umhas relaçons mais fondas e ums contatos mais fortes.

O feito de que o soberanismo político e eleitoralista, por meio do BNG, nom faga mais que crescer, a renovaçom no plano cultural, polo meio da nova música e o Novo Cinema Galego, o crescimento quantitativo e qualitativo das neo-falantes e das novas reintegracionistas, junto com as possibilidades abertas perante a futura oficialidade do galego-asturiano, e a suba constante de alunas de galego no Berço, na Seabra, e na Cabreira, com 1115 alunos entre Primária, Secundária e EOI, fai que seja quase umha obriga, polas circunstâncias favoráveis, o achegamento e o aprofundamento das relaçons com esta Galiza, nem oficial nem oficiosa que permita, dende o respeito às próprias identidades que estas comarcas tenhem, um reforçamento da sua também inegável identidade galega.

De nós dependerá, como país, como movimento político, o aproveitamento do melhor contexto histórico-político das duas Galizas em conjunto, e a transformaçom desse contexto em novas realidades que deixem atrás à própria CAG (Comunidade Autónoma Galega), ou pola contra, a obtençom dum novo fracasso, como povo e como movimento.

 

Referência da imagem: Fotografia tomada polo autor na própria manifestaçom pola Diada, em Perpinyà

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