Academicismo, militância, ativismo e outras andrómedas

Estas linhas som um feixe de pensamentos que giram arredor das dinâmicas tóxicas que dominan o âmbito da Academia e o mundo da militância política, cultural e social.

 

Estas linhas som um feixe de pensamentos, de postulados madurados com a passagem dos anos, e que giram arredor de dinâmicas tóxicas, malsãs, que me tocou viver no meu limitado contacto com a Academia, e também condutas negativas vividas no mundo da militância política, cultural e social. Porei exemplos em abstracto, próximos à realidade, mais sem citar a pessoas ou coletivos já que nom é necessário ferir sensibilidades, nom é a minha maneira de agir. A primeira das histórias vai relacionada com o mundo académico.

Era-se um grupo de moças, ativistas polo país, que tiram umha coleçom de artigos sobre a denominada “memória histórica”. O seu afã é grande; pensam que este trabalho vai dar bons rendimentos para a sua revista cultural, na qual enterram quartos e tempo como ninguém. Tenhem um pequeno contratempo, ao dar-se conta de que a temática é muito concreta, e apenas tenhem bibliografía, ou fontes de onde tirar. Topam de milagre um livro, o único com as referências que precisam para o trabalho. Sentem-se muito aliviados e tiram adiante com a coleçom. Estám-lhe muito agradecidos à pessoa que o escreveu e escrevem os seus artigos citando com as regras que aprenderam na universidade.

Sobem a coleçom à sua web e redes, muito contentes, e a coleçom tem muito boa acolhida. De súbito, recebem várias mensagens polo correio e polas redes, e a surpresa nom poderia ser maior. A pessoa autora do livro, em troco de fazer um comentário positivo, e estar contente porque a mocidade investigue e tenha interesse sobre o tema, manda de jeito convulsivo comentários ameaçantes, acusando de plágio, de fuziladores de texto, quando o que estas moças figeram foi tudo o contrário; mostrar respeito polo trabalho feito pola autora e citando corretamente toda a informaçom à disposiçom. O acosso e o desprestígio sofrido é tal, que lle quita às moças a gana de continuar com o trabalho de divulgaçom, e o que poderia ter sido umha suba de ânimo, com um simples coméntario positivo da autora, tornou-se num pesadelo, um creba-cabeças eterno, que as tivo quase um mês com a atividade em mínimos e bastante tocadas de forças e confiança. Esta situaçom é um exemplo do que é a Academia, o ambiente académico próximo à Universidade, um mundo muito hermético e elitista, onde todas pelejam desde os seus púlpitos morais por ser a melhor, a imprescindível, sem importar ferir nem atropelar quem se encontre no caminho.

Por desgraça, o mundo cultural galego tampouco é alheio a este tipo de dinâmicas, como se puido evidenciar no escândalo ocorrido dentro da Editorial Galaxia; essas semanas os cuitelos afiavam-se e voavam entre figuras referentes do mundo editorial galego, pesquisando cada umha manter o seu oco e a sua referencialidade no panorama dando um espetáculo muito triste, numha literatura que precisa da solidariedade e dos valores por riba de competiçons de egos inférteis num circuito cultural pequeno como pode ser o galego.

A segunda das histórias vai ligada ao mundo da militância, neste caso e em strictu senso, política. As dinâmicas nas organizaçons e assembleias poucas vezes som sãs, havendo sempre (como dizia Gramsci) luitas pola hegemonia dentro deste tipo de espaços, confrontos de egolatrias e caracteres muito diversos, distintas capacidades comunicativas à hora de transmitir as posiçons políticas etc. A velha ideia de que a Assembleia é um espaço justo, equitativo e igualitário vai-se polo sumidoiro quando nos atemos à mais dura realidade. A Assembleia nom é um espaço horizontal, ao contrário, é muito vertical, adoitam falar sempre as mesmas pessoas, aquelas com a maior capacidade de liderado e auto-confiança. As companheiras que sejam tímidas, que nom tenham umhas posiçons marcadas e bem razoadas, serám mero acompanhamento no meio dum diálogo de surdas, onde cada umha tira polo seu bando e tenta recrutar um pequeno séquito que lhe siga de jeito irracional e incondicional, dividindo-se os espaços de decisom por compra de vontades e por vínculos de confiança, sem que tenha que haver detrás desta defesa fondas conviçons políticas e pessoais. Eu mesmo em nom poucas ocasions, deixei-me guiar (em debates onde nom tinha umhas ideias pré-concibidas marcadas) por estas afinidades, à hora de tirar por umha ou por outra opçom.

Entrando já a fundo na história, desta volta vai dumha Assembleia dum espaço político ou que em teoria assim se define, onde umha parte muito reduzida da mesma fai o que lhe convém, tapando qualquer dissidência (num espaço supostamente aberto) e tirando da vitimizaçom como ferramenta para deslegitimar as posturas contrárias, relacionando a discrepância respeitante com o ataque pessoal e frontal contra um jeito de agir e de pensar concreto.

Este espaço fora previamente levado por umha outra Assembleia, com os seus erros e acertos, e ante a fragilidade militante do momento, a chegada doutras moças fixo que se abrisse umha nova etapa. Nesta nova etapa, estes velhos militantes sentem-se bastante despraçados, pouco respeitados e compreendidos, e tenhem que trabalhar com novas companheiras pouco politizadas que as ignoram, e até certo ponto quase desprezam. Com estes vímbios, a militância fai-se muito complicada e incómoda, tendo que dar-se debates que para estes militantes já estavam mais que superados, e impedindo boa parte destas novas companheiras dar o debate de questons muito importantes para o futuro do coletivo.

A chegada do pós-modernismo, na sua pior versom, com a falha de compromisso e a liquidez, é umha preta sombra que voa arredor dos espaços politizados, já nom só do movimento revolucionário, senom dos movimentos sociais, políticos e culturais em geral. A batalha dos cuidados nom se pode perverter, nom podemos cair nas falhas de respeito e na inabilitaçom das opinions contrárias (sempre e quando nom vaiam contra qualquer minoria ou coletivo discriminado), mais o direito à discrepância e a diferença é um bem que temos que cuidar, se aspiramos algumha vez a conseguir os nossos objetivos políticos, se queremos algumha vez sair do gueto político.

A solidariedade, o respeito e o apoio mútuo tenhem de ser a norma entre as diversas correntes do nosso movimento; do contrário, o queime de militantes será umha constante, a luita de egos e de personalismos fará impossível qualquer tipo já nom só de confluência, senom de trabalho conjunto e de unidade de açom. A nossa mocidade nom está muito mobilizada, o ciclo político que nos tocou é puramente contrarrevolucionário, com as redes sociais e os médios de desinformaçom bombardeando constantemente. Ante estes ataques, é fundamental diminuir as nossas diferenças em base a personalismos ou sectarismos inúteis, e neste caso O Ferrado é um bom exemplo disso.

Perante à ofensiva espanholista e antigalega, promovida polos sectores mais reacionários do Estado, umha parte da mocidade decidiu mobilizar-se, marcando uns mínimos e buscando os pontos em comum para tirar trabalho conjunto e pular pola cultura do país, e para mim desde logo esse é o caminho. Já no meu enquadramento ideológico, a esta questom nacional soma-se-lhe a de classe, como filho do povo e da classe operária galega, pulando polos princípios da autogestom e da soberania, achegando a política e a cultura ao conjunto do nosso povo, e em especial à sua mocidade.

Como dizia o Novoneyra: “Galiza, será a minha geraçom quem te salve?”. Seja como for, o trabalho desde a humildade e o respeito, com a nossa ética, terá contribuído ao objetivo.    

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