Nova Cançom Galega

A conhecida como Nova Cançom Galega é um fenómeno de plena atualidade no panorama cultural do nosso país. Neste artigo, analisamos a releváncia da música contemporánea em língua galega, juntamente com reflexons e vivências pessoais do autor.

 

Referência da imagem: Mushroom Pillow- Boyanka Kostova

Nestes últimos días dei nas redes com umha listagem da música em galego do ano 2021. Este descobrimento levou-me a umha série de reflexons.

Pouco a pouco, ao igual que no resto de facetas da minha vida, vou fugindo dos dogmatismos e da ortodoxia e com respeito à música ando ponhendo umha maior ênfase. No referente à música galega, e tendo em conta os meus curtos 24 anos, puidem viver a evoluçom no gosto e a variedade musical que se forom gestando nestes últimos anos no panorama do país. Dende que começei a ter um maior achegamento à música galega, à música em galego, aló polo 2013, início da consciência política, até o 2022, a cousa mudou e muito.

A música galega quando eu começava a escuitá-la, reduzía-se, ou milhor dito, era reduzida ao folk, à música tradicional e ao cliché que nestes últimos anos foi indo a menos da música combativa. Ao longo destes anos, as minhas escolhas musicais e o meu conhecemento, e coma o meu o de muitas outras, nom saía desse espaço restrito do folklorismo e da música combativa. Deste jeito, a música galega que escuitava era, no plano folk e tradicional, grupos históricos coma Fuxan os Ventos, Saraibas, A Roda e também A Quenlla. E no tocante à música combativa, que era a que mais escuitava, eram maioritariamente grupos de punk, ska e rap, e oi! destacando Nao, Skacha, Keltoi, Skárnio, DKTC, Xenreira, Os Raiados, Nabarraka, Os Resentidos… Assim mesmo, também contava com a que possibelmente fora a única referência de música em galego da maioria da minha geraçom, que nom era outra que as cançons do Xabarín Clube, o rock bravú, com grupos coma Heredeiros da Crus, Os Rastreros, Os Diplomáticos de Monte Alto, Os Papaqueixos, O Caimán do Río Tea e um longo etc.

Nos últimos tempos, crebou-se com tudos estes preconceitos, com essa vissom esquemática e fechada da cançom em galego, a qual nom podía saír desses espaços fechados, dos 5 géneros onde se assumía que podía ter sítio. Esses clichés da cançom galega, por sorte, semelha que vam desaparecendo no conjunto da sociedade galega. O velho conto de que a música galega era sectária, nom chegava à mocidade, e se ajustava a perfís ideológico-políticos muito concretos começa a ser cousa do passado.

Eu mesmo puidem testar esta nova realidade, nas festas do Natal com a minha família de Mourente.
Alí, por primeira vês dende que tenho uso de memória, escuitou-se algo distínto das típicas cançons inglessas do Natal ou dos vilancicos em castelhano, feito que por desgraça adoita ser a realidade alheada e culturalmente submetida de muitas das famílias de contexto urbano e peri-urbano do nosso país. A única lembrança que tinha de Natais anteriores onde o galego tinha algum minuto de presença, era na infância e nos começos da adolescência, onde se calhar soava a Rianjeira ou o Miudinho, cançons que sobre tudo a primeira cheguei a aborrecer, já que se tenta reduzir a música galega nelas coma se nom tivéssemos mais fonte de riqueza musical.

Neste Natal, como já comentei, crebou-se com a tradiçom anterior, e escuitou-se cançons coma a de Terra das Tanxugueiras, algumha de Baiuca, Rodrigo Cuevas, e mesmo falando com a minha prima, castelhano-falante, fixo-me a confessom de que Verto era um dos seus grupos favoritos e que o escuita a diário.

Dispois deste apontamento pessoal, retomo a ideia de que a música galega está num momento de expanssom, de riqueza multidisciplinar e de estilo, como nunca antes na sua história.
Fai uns quantos anos, nunca pensaría que a nossa língua fosse quem de chegar tam longe, que puidera ter a repercussom, a qualidade da que hoje desfrutamos, tocando géneros coma o trap, reggae, pop, indie, electrónica e mesmo fussom de estilos, achegándo-se a géneros coma a bachata, cumbia e outros ritmos latinos. Nom é destacar só a qualidade musical, também a produçom e a posta em cena das cançons, com videoclipes potentes e à altura de qualquer outra cena musical, e também a potência nos concertos e nos muitos festivais que regam o nosso país.

Muitos destes novos grupos mesmo conseguiram repercussom fóra da Galiza, dando concertos e acudindo a festivais noutros povos da Península, coma podem ser Sés, Ezetaerre ou Rebeliom do Inframundo, entre outros muitos. De feito, este Natal, desta vês com a família do sul, de Córdoba, comprovei com pasmo que o meu tío andaluz punha na noite-velha umha cançom de Grande Amore, sentindo música galega a 1000 quilómetros do país.

Estou seguro que estes exemplos que eu ponho, o resto de pessoas terá-os tido com Arrythmia, O Rabelo, Sondarua, Loucost, O Portughês, Dakidarría, Fondo Norte, Satxa, Flow do Toxo, Cuarta Xusta, Liska, Guadi Galego, Liviao de Marrao, Amorodo, Nuada, Os Vacalouras, Malandrómeda, Pauliña, Familia Caamagno, Terbutalina, Skarmento, Zënzar, Raiba, Os d’Abaixo, Poetarras, Broa e tantos outros que por questons d’espaço nom cito.

Como último caso práctico, para mim icónico e representativo desta nova cançom galega, tivemos a atuaçom conjunta do grupo Boyanka Kostava com Pili Pampín, no mítico Luar, esse traspassamento de barreiras geracionais com Muinheira de Interior. Em definitiva, estas experiências pessoais fam que, inda tendo em conta o muito que fica por luitar, acredite na lenta mais constante normalizaçom da nossa música e da nossa língua, demonstrando-nos a nós mesmas e ao resto de povos que esta fala que levamos nos beiços nom é menos que outras, e que nem no plano musical nem em nengum outro temos que renunciar ou renegar dela.

 

 

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